Opinião: Amoris Laetitia – A Alegria do Amor

Opinião - Joaquim Marques

Opinião - Joaquim MarquesPor Joaquim Marques,

Para o Papa Francisco o Cristianismo ou é Alegria ou está doente. Esta é a segunda Exortação Apostólica onde a Alegria é tema e fundamento. A primeira foi A Alegria do Evangelho; esta é A Alegria do Amor. Embora no original latino os termos que traduzimos por Alegria não sejam o mesmo (Gaudium e Laetitia) ambos se referem a um estado de contentamento e regozijo, constituintes de fundo da alegria. A Alegria do Amor é fruto da reflexão do Sínodo dos Bispos sobre a Família, decorrido em duas fases: 2014 e 2015.

Quando Francisco fala, de um modo geral há dois grupos de católicos (e não só) que tremem; uns porque pensam que ele vai dizer demais e outros porque acham que ele ainda não vai dizer o suficiente. Com este documento persiste esta divisão: uns esperavam decisões de total rutura com o passado, como o casamento de homossexuais, possibilidade de divórcio para os
casamentos católicos ou, pelo menos, que dissesse expressamente que, como norma geral, os divorciados em nova união podem
receber todos os Sacramentos.

Para os outros foi longe demais, pois não condena expressamente situações ditas “irregulares” e abre a porta a interpretações pessoais e a decisões locais, na medida em que insiste que as situações não são todas iguais e as responsabilidades de cada um também o não são, apelando ao “discernimento” dos Pastores.

Artigo completo na edição em papel de 19 de maio de 2016, n.º 670