Por João Madeira,
Há mais de 40 anos, o Gabinete da Área de Sines, investido de amplos poderes e abundância de meios financeiros planeou uma cidade nova, construída de raiz, no quadro do Pólo Industrial de Sines. Essa Cidade Nova era Santo André, que ia da Charneca do Areal às margens da Lagoa, numa extensão de 9 km, uma cidade polinucleada, concebida para cem mil habitantes!!!
Tais planos, megalómanos e desfasados da realidade, rapidamente baquearam e dos quatro núcleos urbanos planeados, apenas um avançou. Não obstante tudo isso, dissolvido o GAS e transferida a sua gestão para a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo André, elevada a cidade, é o centro urbano mais importante de todo o concelho, o mais jovem e o mais qualificado, com 11 mil habitantes.
Independentemente de problemas de gestão no dia a dia, creio que Santo André se debate com três problemas maiores, que bloqueiam um maior desenvolvimento. O primeiro prende-se com o atavismo centralista com que a Câmara Municipal olha para a cidade, resistindo à transferência de competências para a Junta de Freguesia, que se deveria assumir como a entidade gestora de todo o território.
Percebe-se que a cumplicidade políticopartidária destes dois órgãos mantenha a situação como está, apesar dos autarcas da Junta perceberem, e sentirem muito bem, como isso condiciona na sua acção autárquica.
Artigo completo na edição em papel de 05 de novembro de 2015, n.º 657