O mundo encontrou-se em Sines e… com aventura!!!…

Numa organização da Câmara Municipal de Sines, tendo como parceiro principal o INATEL e patrocinador principal a Galp Energia, decorreu no Concelho de Sines, entre os dias vinte dois e trinta de julho, o XXII Festival Músicas do Mundo (FMM).

Ao longo de nove dias e em três palcos diferentes, o público teve oportunidade de assistir a quarenta e sete concertos em que se exibiram artistas oriundos de vinte e quatro países, representando um naipe de tendências artísticas e estilos integrantes de um complexo mosaico de tendências musicais que coloca este festival num nível cimeiro entre os certames da especialidade.

Este ano, por opção, a organização do certame preferenciou o sexo feminino nas contratações feitas e teve de excluir os artistas da zona asiática por motivos que se prenderam com a pandemia de “sars cov 2”.

Paralelamente ao FMM, ocorreram outras manifestações de cariz cultural que, divulgando outras artes, complementam os espaços de tempo deixados livres pelos concertos – uma feira gastronómica que respondeu e reponde pelo nome de “Tasquinhas”, uma feira do livro e do disco, exposições de pintura, contos de “Tantos Mundos”, lançamentos literários, divulgação científica “Entremarés”, ateliers infantis com músicos participantes no FMM e “Animações de Rua” que conciliaram a música com o teatro.

A vigésima segunda edição do FMM, teve o seu início no dia vinte e dois na Freguesia de Porto Covo e por lá continuou até ao dia vinte e quatro, tendo-se realizado doze concertos que atraíram milhares de forasteiros.

Foram três noites de muita animação e variados tipos de música que desfilaram perante uma entusiástica assistência que não raras vezes se integrou no espetáculo dançando e cantando ao som das performances desenvolvidas pelos artistas.

Nos dias vinte e seis e vinte sete o festival chegou mais propriamente à cidade de Sines onde, no auditório do Centro de Artes, ocorreram quatro concertos que, pelas limitações da sala e pela natureza das obras levadas ao palco, congregaram um menor número de assistentes, mas que no seu conjunto, se revelaram belas divulgações de outros tantos estilos e modos de abordagem artística da música.

O dia vinte e seis findou, já noite dentro, com a inauguração do palco Galp Energia montado na Avenida Vasco da Gama onde, os mais novos puderam expandir toda a sua verve entusiástica e criativa.

No dia vinte e sete, o FMM como que voltou às multidões com a realização de sete concertos dispersos pelos palcos instalados na cidade – cinco no palco do Castelo e dois no palco Galp Energia.

Foi o retomar da antiga tradição de uma terra em festa, com música por tudo o que eram cantos, recantos e encantos da bonita cidade, por estes dias emoldurada por uma multidão que se acotovelou pelas ruelas do centro histórico.

No dia vinte e oito e usando a mesma “métrica exibicional”, e à semelhança do dia anterior, continuou o desfile de géneros musicais que cobriram o leque preferencial dos milhares de espetadores e que, face ao nível exibicional atingido pelas performances artísticas, uma vez mais espalhou a alegria e o entusiasmo pela assistência.

No dia seguinte o programa musical teve o seu início no Auditório do Centro de Artes e continuou de novo pelo figurino e palcos utilizados nos dias anteriores.

Finalmente o dia trinta trouxe consigo o encerramento de mais esta edição do FMM e que comportou em si a já habitual sessão de fogo de artifício e uma performance artística que, pela sua qualidade e emotividade certamente perdurará na memória de todos – Omara Portuondo, cantora cubana que aos noventa e um anos está a fazer uma digressão mundial para se despedir dos “palcos do mundo”.

Supomos que uma narrativa mais pormenorizada daquilo que foi o desenrolar de mais esta edição do Festival de Músicas do Mundo, não teria cabimento jornalístico nesta edição de um jornal quinzenal, por exaustiva referência a todos os espetáculos e artistas neles participantes, mas o seu pulsar, os ritmos diários que o mesmo imprimiu a quem por lá andou, certamente perdurarão na memória de todos os que por lá passaram, sensações que tentámos por aqui registar para memória futura.

Um festival que alia a música como prato principal, à divulgação de outros ramos de expressão artística e cultural, à divulgação gastronómica incidindo basicamente na cozinha local, ao usufruto do sol, dos dourados areais e das ondas que neles se espraiam, digamos… que contém em si todos os cambiantes do sucesso, mais uma vez registado com a realização desta XXII edição.

O slogan adotado pela organização de mais este festival, “música com aventura”, teve cabal cumprimento e execução no desenrolar das performances ao longo dos nove dias em que durou mais esta manifestação artística em paragens sinienses – para além das músicas, músicos e intérpretes, recebeu igualmente gentios das quatro partidas do mundo.

Acabou o FMM 2022… viva o FMM2023!!!…

José Manuel Claro