Editorial: Falar e fazer

Abílio Raposo
Diretor

Nestes dias celebramos o Dia Internacional para a Irradicação da Pobreza. Muito se fala sobre a pobreza e os pobres em Portugal e no resto do Mundo. Mas adianta alguma coisa estarmos só a falar sobre este assunto, e pouco se fazer?

Dois aspectos importantes a ter em conta. Falar e fazer. Dois verbos que são complementares. Podemos dizer muitas palavras, lindos discursos que podem emocionar muita gente. Muitos políticos pelo mundo podem falar sobre as políticas da luta contra a pobreza. Falam do que seria uma boa opção para que se erradicasse a pobreza do meio de nós.

Mas de facto existem muitos caminhos que podemos seguir, para conseguir atingir algumas pessoas e facilitar as suas vidas. Se cada um de nós pensasse de facto um pouco sobre o que cada um pode fazer para que aquele que vive perto de mim e que é pobre viva melhor, já seria um bom começo, chegaríamos muito longe.

Porque o meu pouco, junto com o teu pouco, já faz um algo, mas se juntássemos centenas de poucos, faríamos maravilhas e o mundo seria diferente. Se pensarmos que aqueles que são carentes de tantas coisas que a mim não me fazem falta, era muito possível que a luta contra a pobreza e exclusão na sociedade se vencesse.

Mas as políticas são de verdade politicas e que não passam de teorias que não passam do papel. É necessário agora pôr em prática, o FAZER. Sim, é uma atitude que requer movimento entre as pessoas.

Tenho que entrar em acção, e encontrar o outro. Se as políticas estatais não correspondem àquilo que leva a uma atitude, então parte tu à descoberta do outro.

Sem esta atitude, serás sempre igual àquele que criticas. Tu, faz o que podes, pois não precisas de partir para aventuras de construir um mundo diferente, quando nem na tua rua consegues ajudar aquele que sofre, que não tem um pão para comer em cada dia, por vezes não é por não ter dinheiro para o comprar, é porque não consegue fazer uma compra no supermercado por vários motivos, e tu, provavelmente vais todos os dias, e nem perguntas à vizinha se quer alguma coisa.

A irradicação da pobreza nunca será total, mas podemos aliviar a vida a muita gente, com a minha, a tua e a ajuda de todos. Fala, mas faz.        

Abílio Raposo