Coisas de Emigrante: Que sortuda que fui

Ana Chainho

Por Ana Chainho, em Abu Dhabi, EAU

Sou uma sortuda. Tenho muitos amigos. Dos bons. Dos que estão sempre lá. Tenho tido essa sorte desde que me lembro. Criada em Santo Andre nos anos 80 e 90 passei a minha infância na rua, a correr, a brincar, a jogar ao “mata”, às escondidas e outras coisas do género (não precisamos de entrar em detalhes, mas peço desculpa aos vizinhos pelas vezes que tocámos à campainha e fugimos).

Que sortuda que fui. O bairro das Torres era maravilhoso. Dos 6 anos, e até ir para a faculdade era onde passava o tempo que não estava na escola ou em casa dos meus avós. Havia sempre alguém lá fora.

Passei horas sentada naqueles muros a conversar. O pátio central permitia que a minha mãe fosse a janela chamar-me para o jantar. Lá ia, contrariada, mas obedecia sempre. Era tudo tão fácil.

Artigo completo disponível na edição em papel de 24 de maio de 2018, n.º 716