Regresso às Aulas: o que esperar este ano letivo

A falta de professores em algumas disciplinas, exige um esforço conjunto de toda a Comunidade Escolar

Fátima Moita

Com o final do verão e o início de um novo ano letivo, as Escolas do Litoral Alentejano receberam os alunos de volta às suas salas de aula. Este período é marcado por um misto de emoções, desde a ansiedade pelo reencontro com os colegas e professores, até à expectativa de novos desafios e aprendizagens.

No entanto, este ano, a região enfrenta desafios adicionais, como a falta de professores em algumas disciplinas, o que exige um esforço conjunto de toda a Comunidade Escolar para garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade. Apesar das dificuldades, também há novidades, e, o espírito de colaboração e a dedicação dos profissionais da educação prometem fazer deste ano letivo um sucesso, foi o resultado da conversa que tivemos com os Diretores dos Estabelecimentos de Ensino desta Região.

Início do Ano Letivo

O ano letivo começou na maioria dos Agrupamentos no dia 13, apenas os Agrupamentos de Escolas de Santo André, Cercal, Escola Secundária Poeta Al Berto abriram as portas dia 12 e a ETLA-Escola Tecnológica do Litoral Alentejano, no dia 16. Segundo Tiago Canhoto, Diretor do A.E. do Cercal do Alentejo, “a razão principal para termos iniciado no primeiro dia permitido (intervalo de 12 a 16 de setembro) foi termos atendido à solicitação do Ministério para iniciarmos o mais cedo possível, para permitir que os todos os alunos, especialmente os que têm ação social escolar, beneficiassem da abertura do refeitório escolar.

Pessoal Docente e Não Docente

A gestão do pessoal docente e não docente é uma das áreas que requer maior atenção, especialmente em tempos de mudanças e adaptações. Neste contexto, apresentamos um panorama atual das necessidades e soluções encontradas por diferentes Agrupamentos escolares, destacando os esforços contínuos para garantir um ambiente educativo de qualidade para todos os alunos.

Atualmente, o Agrupamento de Escolas de Santo André conta com todos os professores necessários, exceto dois que estão de baixa médica. No entanto, a falta de auxiliares continua a ser um desafio, devido a baixas médicas e aposentação, tornando difícil a sua substituição.

Quanto ao A.E do Cercal necessita de “um professor de Espanhol e um de Matemática. Relativamente ao pessoal não docente, falta substituir uma aposentação”, mas a situação está a ser resolvida “estamos em articulação permanente com a Autarquia para poder colmatar esta saída”, diz o Diretor.

Paula Lopes, Diretora do A.E. de Santiago refere que “ainda faltam docentes, mas estamos em fase de recrutamento”, quanto ao pessoal não docente lamenta que “neste início de ano letivo, continuamos com os constrangimentos do ano anterior, ainda se verifica falta de pessoal não docente, mas não compromete o início do ano letivo e está garantida a segurança de todas as crianças e jovens”.

Na Escola Secundária Poeta Al Berto “a falta de professores, continua, é um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos anos” frisa Paula Melo, Diretora da Escola.

No Agrupamento de Alvalade, o mesmo acontece, faltam ainda quatro professores.

Em Sines, estão em falta “professores para francês, educação especial e TIC”, quanto ao Pessoal Não Docentes, já temos todo”, afirma Bernardete Almeida, Diretora deste Agrupamento.

Na ETLA, já têm todos os professores e administrativos.

Número de Alunos

O panorama educacional dos Agrupamentos escolares tem mostrado uma estabilidade no número de alunos a partir do 2º ciclo. No entanto, algumas variações significativas foram observadas em diferentes níveis de ensino e Agrupamentos. Manuela Teixeira, Diretora do Agrupamento de Escolas de Santo André, destaca que “este ano, houve um aumento de duas turmas no 1º ciclo e uma longa lista de espera no pré-escolar, refletindo um crescimento na procura”. Este crescimento é um indicativo das mudanças demográficas e das necessidades educacionais da comunidade.

O número de alunos tem-se mantido constante a partir do 2º ciclo. “Este ano, houve um aumento de duas turmas no 1º ciclo e uma longa lista de espera no pré-escolar, refletindo um crescimento na procura”, explica Manuela Teixeira, Diretora do A.E. de Santo André.

Este ano, o Agrupamento do Cercal conta com 282 alunos, desde a Educação Pré-Escolar até ao 9º ano, um número ligeiramente superior ao do ano passado.

O número de alunos matriculados no Agrupamento Santiago é de aproximadamente 1454, um aumento em relação ao ano letivo anterior.

A Escola Secundária Poeta Al Berto, conta com 37 turmas e cerca de 600 alunos. “Temos duas turmas de Português Língua de Acolhimento”, diz Paula Melo

No que diz respeito a alunos, no A.E. de Alvalade, houve um decréscimo “contamos com 380 alunos, o que representa uma ligeira diminuição em relação ao ano anterior, principalmente devido a mudanças de residência”, explica a Diretora, Alexandra Gonçalves.

O Agrupamento de Sines conta com cerca de 1400 alunos matriculados, mantendo o mesmo número do ano anterior, sem grandes oscilações.

Quanto à ETLA, nos cinco cursos de Nível IV, “tivemos 126 candidatos para 92 admitidos. Mantém-se a tendência de uma grande quantidade de candidatos, sendo que muitos ficam de fora”, explica Eduardo Bandeira, Diretor da Escola.

Desafios e Dificuldades

A organização do ano letivo nas escolas enfrenta diversos desafios e dificuldades. Para a Diretora do A.E. de Santo André, “a elaboração das turmas e horários dos professores, juntamente com a preocupação com a falta de docentes, são sempre questões complexas”. Este ano, o concurso de professores facilitou a mobilidade e a colocação de novos docentes no Agrupamento, mas a falta de auxiliares continua a ser uma preocupação.

Alexandra Gonçalves, do A.E. de Alvalade, destaca que a maior dificuldade é “conseguir ter todos os docentes no início do ano letivo e arranjar técnicos para lecionar as AECs em todas as escolas do Agrupamento”.

Tiago Canhoto, do A.E. do Cercal do Alentejo, aponta que a principal dificuldade tem sido “a colocação e substituição de professores”, um desafio comum em muitos Agrupamentos.

A Direção do A.E. de Santiago do Cacém ressalta que “as dificuldades vão surgindo e sendo ultrapassadas através do trabalho colaborativo, envolvendo os diferentes atores educativos”.

Na Escola Secundária Poeta Al Berto, a maior dificuldade é a falta de professores, “um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos anos”, diz Paula Melo, da Direção.

A seleção dos alunos que querem frequentar a ETLA, é uma das dificuldades nesta escola.

 

Novidades e outras Iniciativas

Os Agrupamentos e escolas da região têm apresentado várias novidades e iniciativas para o novo ano letivo. No A.E. de Sines, a prioridade continua a ser – “Uma Escola de Todos e com Todos Para uma aprendizagem integral e humanista”, focando-se no bem-estar de todos os elementos da comunidade educativa e melhoria das competências de leitura e escrita.

Alexandra Gonçalves, da Direção do A.E. de Alvalade, destaca a integração no Programa TEIP4, que permitiu a contratação de um técnico especializado, um professor de matemática, dois docentes de apoio ao 1º Ciclo, além de apoiar 18 alunos migrantes de diversas nacionalidades que usufruem do programa de Português Língua Não Materna, distribuídos pelos três ciclos de ensino. Estes alunos são oriundos de países como Bangladesh, Índia, Países Baixos, Nepal e Paquistão.

Na Escola Secundária Poeta Al Berto, a multiculturalidade tem vindo a aumentar, refletindo a diversidade da comunidade escolar.

O A.E. do Cercal conta com a entrada de novos professores, resultado do concurso nacional de professores.

No A.E. de Santo André, uma das novidades mais significativas é a chegada de muitos novos docentes de outras escolas da região, incluindo Sines e Santiago do Cacém. Além disso, o Agrupamento está a implementar novas regras para o uso de telemóveis, visando reduzir o tempo de exposição às telas durante o período escolar. Sobre o uso de telemóveis na Escola, Manuela Teixeira, Diretora do A.E.  de Santo André esclarece que “no final do ano letivo passado já tínhamos pensado em racionalizar o uso dos telemóveis nas escolas. As recomendações do MECI- Ministério da Educação, Ciência e Inovação (vieram mesmo a tempo de reforçar o que já tínhamos pensado. Para já não vamos proibir o seu uso em qualquer ciclo, mas contratualizar com cada aluno/EE o uso daqueles de modo a estarem menos tempo expostos aos écrans, isto é, durante o período da manhã e da tarde os telemóveis devem manter-se nas mochilas dos alunos desligados e só no período do almoço entre o final do período da manhã e o início do período da tarde é que poderão utilizá-los”.

Segundo Eduardo Bandeira, da ETLA, “está em expansão a vertente de formação para as empresas (GALP, SONANGOL, PSA, etc.). Tivemos no corrente ano 400 horas com mais de 9000 formandos. Continuam a ser lecionados na ETLA, em regime noturno os quatro cursos CTESP do IPS. Foram aprovados dois importantes projetos, CEDCE e CTE Informática, financiados por programas europeus, ERAMUS e PRR respetivamente”.

Todos os Agrupamentos destacam a importância de uma boa organização e colaboração entre todos os membros da Comunidade Escolar para superar os desafios e garantir um ano letivo produtivo e harmonioso. O jornal “O Leme” deseja a todos um bom ano letivo, cheio de sucessos.

Leme 861