Centro de Formação Profissional para a Transição Energética do IEFP em Vila Nova de Santo André “terá resposta para todo o país”

O Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, disse, em Vila Nova de Santo André, que Portugal debate-se com um “défice de qualificações” no domínio da transição energética, estimando que sejam criados, nos próximos anos, oito mil postos de trabalho diretos na região de Sines.

“Temos défice de qualificações no domínio da descarbornização da economia e temos de ver a enorme oportunidade de requalificação de muitos profissionais, porque muitas vezes o que é acentuado nos processos de transição são sempre os riscos e aqui é um bom exemplo de que a transição energética e digital tem riscos, mas traz sobretudo muitas oportunidades”, afirmou.

O governante falava aos jornalistas, em Vila Nova de Santo André, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo para a criação do Centro de Formação Profissional para a Transição Energética (CTE) celebrado entre o IEFP, a Agência para a Energia (ADENE), e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), que se realizou no passado dia 20 de janeiro.

“Há hoje um estudo que indica que são necessários mais de 160 mil postos de trabalho a nível nacional naquilo a que chamamos de transição verde, mas depois ao nível sectorial estes números são mais afinados e a expectativa que temos é que todos estes projetos que estão a ser pensados para a região de Sines possam impactar qualquer coisa como oito mil postos de trabalho diretos nas mais diferentes áreas”, avançou.

Por seu lado, a Secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura, que também esteve presente na cerimónia, considerou que neste âmbito são precisos mais trabalhadores com formação nas áreas verdes.

“Para que esses investimentos ocorram e para que esses investimentos consigam efetivamente produzir resultados, precisamos de trabalhadores, de trabalhadores que tenham formações adequadas em competências verdes”

No seu entender, esta “é uma área nova e é uma área onde Portugal e outros países, precisam cada vez mais de trabalhadores qualificados”.

“E o Centro que aqui criámos vem dar um contributo muito relevante para esse objetivo comum”, salientou.

O primeiro Centro de Formação Profissional para a Transição Energética do IEFP, que ficará instalado em Vila Nova de Santo André, “terá uma resposta para todo o país”, explicou aos jornalistas o Delegado Regional do Alentejo do IEFP, Arnaldo Frade.

“É muito importante para nós porque não temos nenhum Centro protocolar na região do Alentejo e é um sinal de uma formação muito específica que terá profissionais muito especializados numa só área e também é importante termos, a partir do Alentejo Litoral, uma referência de qualidade na formação que se vai sentir em Bragança, Viana do Castelo ou no Algarve”, frisou.

O CTE pretende ajudar as empresas a adaptarem-se a uma economia verde, através da reconversão e (re)qualificação profissional dos trabalhadores mais afetados, promovendo a transição para uma economia de baixo carbono, com emprego de qualidade e ajustando a oferta de mão-de-obra aos desafios do futuro.

“Irá incidir nas áreas da formação fotovoltaica e das energias renováveis, quer manutenção como montagem de parques serão apreender a partir da formação que aqui se fará”, concluiu.

Helga Nobre

Leme 824