Greve na EuroResinas com adesão de 80% nos setores da produção e expedição

Helga Nobre, jornalista

A greve na EuroResinas, em Sines, terminou no passado dia 13 de janeiro com uma adesão de 80% nos setores da produção e expedição, segundo o sindicato e com a empresa a considerar que atingiu o limite da capacidade negocial.

“Na produção, expedição e outros setores podemos apontar para uma adesão de cerca de 80% o que corresponde a perto de 30 trabalhadores”, disse o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE SUL), Jorge Magrinho.

Dos cerca de 80 trabalhadores, “a maioria são chefias e administrativos que não aderiram à greve”, adiantou para justificar a divergência entre os números apresentados pela estrutura sindical e a administração da empresa.

A greve, que decorreu entre 04 e 13 deste mês, foi convocada pelo SITE SUL para exigir “aumentos salariais” para os cerca de 80 trabalhadores da EuroResinas – Indústrias Químicas, que produz resinas sintéticas e está situada no Complexo Industrial de Sines.

“Para a empresa pagar mais 50 cêntimos a cada trabalhador, são migalhas, e para o trabalhador é a diferença entre meter ou não um pão em cima da mesa”, argumentou.

Por seu lado, em comunicado, a Administração da EuroResinas, do Grupo Sonae Arauco, voltou a contestar “o desfasamento entre a posição do sindicato e a vontade dos colaboradores, no que respeita à adesão à greve”.

“Considerando um universo de 76 colaboradores, em média, ao longo dos 10 dias, apenas cinco colaboradores aderiram à greve diariamente”, alegou.

No mesmo comunicado, a empresa reiterou que já informou o sindicato “de que chegou ao limite da sua capacidade negocial no que respeita a aumentos salariais e espera que seja possível terminar com esta instabilidade criada pelo sindicato, no melhor interesse dos colaboradores e do futuro da empresa”.

No entanto, o SITE SUL, garantiu que vai voltar à greve “pela valorização dos salários dos trabalhadores, caso a empresa não ceda às reivindicações dos trabalhadores”.

“Os trabalhadores estão descontentes e querem ver os seus salários valorizados, estando ainda em aberto um novo período de greve, caso a empresa não venha ao encontro da reivindicação dos trabalhadores”, avançou o dirigente sindical.

De acordo com Jorge Magrinho, apesar da empresa “desvalorizar a adesão e dizer que a greve é insignificante, o que se verifica é que está a comprar novamente resina à concorrência, em vez de aumentar os salários aos trabalhadores para resolver o problema que existe nesta unidade”.

“Agora está nas mãos da empresa. Estamos disponíveis para reunir com a empresa e chegar a um entendimento e a um acordo, mas se quiser manter este ‘braço de ferro’, se for necessário os trabalhadores avançam com um período de greve mais alargado”, afiançou.

Segundo o SITE SUL, além dos aumentos salariais, os trabalhadores têm reivindicado a progressão das carreiras, a eliminação da precariedade, a implementação de um seguro de saúde igual para todos e a atribuição de subsídio de transporte.

Esta unidade industrial dedica-se ao fabrico de resinas sintéticas à base de formaldeído, papel impregnado e ao comércio de metanol.