A Casa de Jovens “O Farol”, uma valência do Centro Social Paroquial de Santa Maria-CSPSM, está de parabéns, há 22 anos que acolhe crianças entre os 12 aos 18 anos, podendo se prolongar até aos 25 anos se estiverem a estudar, que são retiradas das suas famílias pelos tribunais depois de registadas situações de repetidos maus-tratos, abuso ou negligência.
Fátima Moita
No passado dia 18 de novembro, dia do seu aniversário, a Direção desta Casa reuniu fundadores, colaboradores, alguns representantes de empresas e voluntários, para agradecer o apoio que têm dado neste projeto e ao mesmo tempo mostrar as obras de reabilitação (pinturas das paredes exterior e interiores, colocação de chão, vários trabalhos de electricidade, colchões e chuveiros novos, trabalhos de decoração-cortinados, colchas, pintura de telas, etc) realizadas.
A cerimónia teve inicio com algumas palavras proferidas pelo Padre Abilio, agradecendo a todos quantos apoiaram (empresas, instituições, voluntários) e continuam a ajudar o “O Farol”. Referiu que “..esta Casa tem feito o seu percurso, tem tido altos e baixos, como qualquer Instituição…”. Enalteceu os seus fundadores, o Padre Manuel Malvar e a irmã Fernanda Pinto mencionando que “ficarão na história desta casa. Enquanto aqui estiver, nós vamos manter essa memória sempre presente”. Lembrou ainda o Padre António Novais e todos os que passaram pelo “O Farol”.
De seguida tomou a palavra Fernanda Pinto, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria, uma das fundadoras, que recordou como nasceu esta Casa, explicou que a ideia surgiu através de várias conversas que teve com o saudoso Padre Manuel, ambos preocupados com as crianças em risco, (abandono, maus tratos, situações promíscuas, etc) que desconhecem o que é um verdadeiro ambiente familiar. Partilhou com os presentes algumas situações passadas com as meninas, e o que fazia para tudo correr melhor, exemplificanndo que, “…quando tinha reuniões com as jovens, fazia questão da presença das monitoras. As visitas ao Tribunal era eu própria que fazia…, etc”. Chamou a atenção para as dificuldades financeiras que esta Instituição tem passado, lembrando a pouca verba comparticipada pela Segurança Social. “… Ao longo dos anos foram muitas as dificuldades e alegrias que tivemos. «O Farol» serve o melhor que pode as jovens que aqui estão, o objetivo é fazer delas umas grandes mulheres…”concluiu a Irmã Fernanda.
Os vários oradores presentes na cerimónia, referiram o bom trabalho que tem sido desenvolvido por todos que por ali passaram nomedamente as Irmãs Franciscanas, Fernanda e Conceição logo no início da criação do Farol. Frisaram também o empenho da nova Direção, nomeadamente da Professora Manuela Eloi e de todas as funcionárias, equipa técnica e educativa.
Paula Ribeiro da Segurança Social chamou a atenção para a parte dos recursos humanos e a qualificação do pessoal que é fundamental nestas Instituições “…tenham sensibilidade para a área e consigam apoiar estas jovens da melhor forma possível…”.
O Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho no uso da palavra elogiou o trabalho desenvolvido por quem passou por esta Casa ao longo dos anos e referiu “… é bom ver que com o esforço de todos, com a capacidade de lutar, se consegue fazer coisas boas…” Salientou o papel de todas as funcionárias da Casa e da Professora Manuela Eloi. Lembrou e agradeceu a ajuda dos trabalhadores da Junta de Freguesia de Santo André nesta remodelação.
A encerrar os discursos, Abilio Raposo, Presidente do Centro Social elogiou o trabalho desenvolvido por Manuela Eloi, da Direção do Centro Social, lembrando também a ajuda de Teresa Godinho. Aproveitou para explicar a todos os presentes, que era preciso há muito uma intervenção na Casa de Jovens a todos os níveis e lançou o desafio à Professora Manuela, “…assumir a Casa de Jovens “O Farol”, trabalhando diretamente com a Direção Técnica, auxiliares e as jovens da Instituição…” e “…foi uma lufada de ar fresco para esta Casa, ela veio fazer aquilo que eu não faria, porque não sei… O trabalho, a entrega e a dedicação áquilo que lhe foi proposto, foi extraordinário…” disse o Presidente do Centro Social. Falou ainda das dificuldades financeiras, “… a economia tem de ser bem gerida… porque a verba que vem da Segurança Social é isuficiente…”. Exaltou o trabalho de toda a equipa do “O Farol” durante a pandemia “… até hoje ainda não tivemos nenhum caso de covid. Se não fossem os cuidados da nossa equipa, não sei o que seria, são muitas horas de trabalho e dedicação dentro da Instituição para que nada acontecesse…”, concluiu o Padre Abilio, pedindo uma salva de palmas para todas as funcionárias e para a professora Manuela Eloi.
Manuela Eloi agradeceu a presença de todos e disse “sou uma pessoa de poucas palavras, mas sim de muita ação, dedicação e devoção. Estou muito feliz por fazer parte desta Casa, ao fim de 22 anos, com a Irmã Fernanda, porque eu vi o nascer desta Casa…”.
Descerrado o painel na parede de uma das salas pela Irmã Fernanda, com a fotos dos fundadores (Padre Manuel e Irmã Fernanda), os convidados guiados pelas Técnicas Sheila e Adélia, tiveram a oportunidade de visitar as instalações remodeladas (com o apoio de empresas, Instituições da região e voluntários) decoradas com muito bom gosto. Após a visita os convidados dirigiram-se para uma sala onde foi servido um petisco e a oferta de uma lembrança feita pelas jovens da Casa em conjunto com as monitoras. “O Leme” dá os parabéns a toda a equipa e às jovens, e deseja a continuação do vosso importante trabalho com a dedicação que têm feito até agora.
Presentes na inauguração estiveram várias individualidades, David Gorgulho, Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, Manuela Viveiros, em representação da Câmara de Santiago, Paula Ribeiro, da Segurança Social, João Leonor, Comandante da GNR de Santo André, Fonseca Santos, Presidente da Direção dos Bombeiros de Santo André, Irmãs Franciscanas de Maria, São, Fernanda, Maria e Joaquina, representantes de empresas e outras Instituições, funcionários entre outros convidados, tendo presidido à cerimónia, o Padre Abilio Raposo, Presidente do CSPSM.
Apesar do trabalho incansável dos profissionais do Centro Social, “O Farol” é uma IPSS e só tem apenas uma percentagem do seu financiamento garantido pela Segurança Social. Isto implica um grande esforço para que seja possível dar as condições necessárias às jovens ao cuidado da instituição. As necessidades são muitas. Mas, felizmente, há várias formas de ajudar. Fazer um donativo: faça um donativo no valor que entender e puder, e na altura que mais lhe convier. O envolvimento e contributo de todos é fundamental para que consigamos tornar melhor cada dia destas jovens.