Eleições sem alterações nas Presidências das Câmaras Municipais do Litoral Alentejano

A CDU mantém as Presidências de Câmara no Litoral Alentejano, Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém. No rescaldo da noite eleitoral não houve novidades, com o PS a renovar os mandatos em Sines e Odemira.

Santiago do Cacém

Em Santiago do Cacém, a candidatura da CDU, liderada por Álvaro Beijinha, conquistou 43,25% dos votos, e venceu pela terceira vez consecutiva as eleições para a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, reeditando para a CDU a conquista de quatro eleitos. O PS alcançou 27,26% da votação e manteve dois mandatos. O PSD em coligação com o CDS alcançou 15,41% e segurou um mandato. Sem eleitos ficaram o BE (5,18%) e o Chega (5,01%).

Na Assembleia Municipal, o PCP perdeu um mandato com 39,78% da votação, elegendo nove deputados. O PS manteve o mesmo número de eleitos (06) com uma votação de 28,04%. A coligação PSD/CDS-PP também manteve os quatro deputados eleitos em 2017 com 16,86% dos votos, assim como o Bloco de Esquerda que mantém o deputado (6,03%) na bancada. A surpresa foi para o Chega que conseguiu eleger um deputado municipal com 5,23% da votação o que equivale a 657 votos. Em todo o Concelho, o PS venceu apenas na Junta de Freguesia de Alvalade.

No seu discurso de vitória, na sede da campanha da CDU, em Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, realçou “a grande vitória nos vários órgãos autárquicos, endereçando um grande abraço a quem depositou a confiança no projeto da CDU”.

“Esta é a vitória de um trabalho dos últimos quatro anos em todas as Freguesias e em todos os lugares e as pessoas confiaram em nós. É também um trabalho de todos os trabalhadores das Autarquias que têm aqui um papel fundamental e sem os quais não conseguiríamos uma vez mais ter a maioria da população do nosso Concelho a dar a confiança na CDU”, salientou.

Sines

Em Sines, o candidato do PS, Nuno Mascarenhas, foi reeleito para a Câmara Municipal, com a maioria absoluta (50,24%) e uma votação de 3.041 votos, menos 698 votos do que há quatro anos. O PS perdeu assim um mandato, passando de cinco para quatro eleitos no executivo municipal. Os socialistas venceram nas duas Freguesias do Concelho, Sines e Porto Covo.

A segunda força mais votada foi o Movimento de Independentes MAISines, liderado por António Braz, com 1.585 votos (26,1%) elegendo dois vereadores. A CDU, com 867 votos (14,3%), foi a terceira força mais votada e manteve um vereador, tal como em 2017. Com este resultado, a CDU passou de segunda para terceira força política no Concelho de Sines. O Chega obteve a quarta posição com 210 votos (3,4%), ficando à frente da coligação PSD/CDS-PP que conseguiu 202 votos (3,3%).

Na Assembleia Municipal, o PS perdeu mandatos para o MAISines (dois), elegendo onze deputados com uma votação de 2.803 votos (46,30%). O MAISines elegeu seis deputados com 1.555 votos (25,69%) e o PCP manteve os quatro deputados, embora com menos votos do que em 2017, passando de 1.133 para 1.094 votos (18,07%).

Na sua primeira reação a esta vitória, Nuno Mascarenhas, falou “num facto histórico”, após a terceira conquista “com maioria absoluta”.

“É um feito importante, tanto mais porque o PS nunca tinha ganho esta Câmara. Foi uma campanha difícil, uma campanha pela positiva e obviamente a população de Sines e do Concelho reconheceu o nosso trabalho e deu-nos novamente uma maioria absoluta o que é muito importante. Vamos continuar a trabalhar nos próximos quatro anos para tornar este, num Concelho mais dinâmico e com mais pujança”, frisou.

Em Grândola, o histórico António Figueira Mendes, conseguiu segurar a Câmara Municipal com 2.932 votos (44,54%), mantendo os quatro mandatos. Em relação há quatro anos, a CDU perdeu 343 votos nestas eleições autárquicas. Já a candidatura do PS, liderada por António Candeias, reforçou a votação (mais 389), com 2.758 votos (41,90%), elegendo três mandatos (mais um do que há quatro anos).

Na Assembleia Municipal, o PCP conquistou dez mandatos (43,89%), mais um mandato do que há quatro anos, e o PS com 39,78% dos votos, reforçou a presença na bancada, passando de sete para nove deputados. A coligação PSD/CDS-PP reforçou a votação e conquistou dois mandatos. Os socialistas venceram nas Freguesias do Carvalhal e União de Freguesias Azinheira dos Barros/São Mamede do Sádão.

Depois de apurados os resultados finais, António Figueira Mendes, disse que a vitória da CDU era esperada nestas eleições.

“Tudo o que fizemos nos últimos quatro anos em nada justificaria que perdêssemos estas eleições. O povo foi inteligente e deu-nos novamente a vitória”, realçou.

Em Alcácer do Sal, Vítor Proença (CDU) foi reeleito para o terceiro e último mandato, com 233 votos a mais do que o PS. A CDU conquistou 4 vereadores e o PS três mandatos. Com estes resultados, a CDU viu reduzir a vantagem de 349 votos que obteve há quatro anos, mas segurou a Câmara Municipal.

Na Assembleia Municipal, houve empate entre as duas maiores forças políticas (CDU e PS), com dez mandatos cada. O Bloco de Esquerda perdeu o mandato conquistado há quatro anos e o PSD manteve um deputado. Nas freguesias, o PS manteve o Torrão e a CDU ganhou nas restantes: Comporta, São Martinho e União de Freguesias de Santa Maria do Castelo e Santiago e Santa Susana.

No final da noite eleitoral, Vítor Proença, era um candidato “muito satisfeito”, tendo em conta que “o Partido Socialista colocou Alcácer do Sal como a prioridade das prioridades”.

“Foi definido que Alcácer do Sal ia cair para o Partido Socialista, mas nós tivemos um mandato muito forte e por isso partimos determinados para esta campanha porque o PS não merecia ganhar. Foi a CDU que ganhou porque tem obra feita, esteve perto das populações”, sublinhou.

Em Odemira, o PS venceu as eleições autárquicas, apesar da saída de José Alberto Guerreiro e da estreia de Hélder Guerreiro como cabeça-de-lista, que conseguiu eleger cinco dos sete vereadores para o Executivo Municipal. Com menos 1.612 votos do que há quatro anos, o PS obteve 46,6% dos votos, tendo a CDU alcançado 27,4% e obtido dois mandatos na Câmara Municipal. Com estes resultados, o PS desceu 9% e a CDU subiu 4%. Em terceiro lugar ficou o BE com 6,5%, seguido do PSD/CDS-PP (6,3%), IL (4,4%) e Chega (3,5%).

Na Assembleia Municipal, o PS perdeu um mandato, passando de doze para onze eleitos (45,88%), o PCP manteve os seis mandatos (26,26%), o PSD/CDS-PP os dois deputados (08,61%), o Bloco de Esquerda um mandato (07,62%) e o IL elegeu um deputado na assembleia (06,09%). O PS venceu na maioria das Juntas de Freguesia do Concelho, apesar da surpresa da noite eleitoral ter sido a vitória do PCP em São Luís que tirou a liderança ao socialista Fernando Parreira. Aqui, o PCP obteve 420 votos (40,19%) para os 364 votos (34,83%) do PS. As Freguesias de Luzianes-Gare, São Salvador e Santa Maria permanecem CDU.