CIMAL quer que Plano Ferroviário Nacional garanta regresso de ligações de passageiros em todos os Concelhos

A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) participou na consulta pública sobre o Plano Ferroviário Nacional (PFN) reforçando as suas posições anteriores sobre as ligações por comboio, nomeadamente a necessidade de retomar com “urgência” o transporte de passageiros até Sines, bem como o restabelecimento das ligações por comboio entre os municípios que integra.

Num documento intitulado “Pronúncia da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral – Plano Ferroviário Nacional”, a organização realça a “importância estratégica” que têm aquelas reivindicações para o sistema de transportes da região, constituída pelos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.

Entende a CIMAL e os cinco municípios que a ferrovia deve “desempenhar um papel relevante na reorganização dos transportes públicos na região”, também como forma de rentabilizar os investimentos associados.

Para sustentar a sua posição em defesa do alargamento da oferta de transportes ferroviários, a Comunidade cita dados estatísticos segundo os quais há 14.068 habitantes na região que fazem viagens pendulares entre os diferentes concelhos, o que pressupõe a realização de 28.100 deslocações diárias.

Já em relação às viagens para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), foram contabilizados 2.072 passageiros a cumprirem diariamente o trajeto de ida e volta, totalizando 4.144 deslocações quotidianas.

Os realizadores das viagens pendulares são potenciais utilizadores do comboio, desde que as ligações se façam em horas que atentem às necessidades dos passageiros.

A esta realidade soma-se o crescimento significativo da atividade turística na região, com recordes sucessivos, o qual será potenciado com o crescimento da oferta de transporte ferroviário.

O texto reivindica ainda o esclarecimento sobre as “caraterísticas” no anunciado Corredor Sul, nomeadamente se pretende estabelecer uma nova ligação entre Sines e Grândola pelo litoral e, em caso afirmativo, se essa via se destinará apenas a mercadorias ou incluiu também a circulação de comboios de passageiros e que estudos técnicos a sustentam, designadamente se atendem ao facto de o Alentejo Litoral ter determinado como pilares estratégicos para o seu desenvolvimento territorial os setores da agricultura e do turismo.

O terceiro ponto referenciado é a anunciada alteração do percurso das ligações intercidades Lisboa – Algarve, que passariam a ser feitas por Beja em vez do atual percurso pela Linha do Sul, considerando que essa eventual mudança “não pode implicar a redução da oferta de transporte” na via férrea que atravessa o Alentejo Litoral, entre Alcácer do Sal e Odemira.

Acresce ainda que essa opção diminuiria o já reduzido número de ligações a Lisboa, restringidas a três ligações Intercidades diárias em cada sentido mais um Alfa Pendular entre Faro e a capital do país.