Trabalhadores da EuroResinas convocam nova greve por aumentos salariais

Os trabalhadores da EuroResinas, em Sines, decidiram em plenário avançar com um novo período de greve, entre 27 de outubro e até 10 de novembro, pelo ajuste na grelha salarial e aumento extraordinário de salários.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE SUL), o primeiro período de greve, que teve início no dia 12 e terminou às 23:59 do passado dia 26 deste mês, contou com “uma adesão de 90%” dos trabalhadores.

Foi “uma das maiores adesões de sempre”, disse o sindicalista Jorge Magrinho, acrescentando que estes números “demonstram a necessidade de os trabalhadores lutarem por melhores salários”.

A adesão obrigou à “paragem total de alguns setores da fábrica, na maior parte do período de greve”, argumentou.

No entanto, num plenário no dia 18, “devido à falta de resolução, até à data, das propostas apresentadas, os trabalhadores decidiram avançar com um novo pré-aviso de greve, que tem início às 00:00 desta quinta-feira e termina às 23:59 do dia 10 de novembro”, indicou.

Segundo o Dirigente Sindical, foi “a falta de respostas da empresa que, durante o período de greve, não quis sentar-se à mesa com o sindicato para resolver as reivindicações dos trabalhadores, que levou a este pré-aviso de greve”.

“Pretendemos que haja um ajuste da grelha salarial porque os novos trabalhadores entram para a empresa com 900 euros, quando os trabalhadores com mais de 20 anos ganham 1.040 euros”, especificou.

O sindicalista defendeu que “os trabalhadores com mais antiguidade devem passar para o nível 13, o que corresponde a 1.218 euros mensais e que os outros trabalhadores a montante e a jusante devem ter também um ajuste salarial”.

“A empresa diz que tivemos um aumento salarial, este ano, de 30 euros que foi negociado, mas a meio do ano fez ajustes nalguns setores de 150 euros, quando devia ter feito em todos os setores porque todos os trabalhadores precisam de um ajuste no salário”, criticou.

No plenário, os trabalhadores decidiram reivindicar um aumento salarial de 150 euros, “face ao aumento do custo de vida dos baixos salários praticados pela EuroResinas”.

Por seu lado, numa resposta por escrito, a empresa lamentou a decisão dos trabalhadores avançarem com um novo período de 14 dias de greve, “demonstrando-se, mais uma vez, a falta de razoabilidade do sindicato e a sua vontade de criar instabilidade social”.

A Administração reiterou a “dificuldade em compreender a postura do sindicato numa altura em que o processo de revisão salarial a aplicar em 2023 ainda não se iniciou, não existindo ainda nenhum processo negocial em curso”.

Os dados da empresa indicam que a “anterior paralisação, que decorreu entre 13 e 26 deste mês, contou com uma adesão média inferior a 15%, considerando que se trata de uma greve assente em muita rotatividade e totalmente em regime de ‘self-service'”.